domingo, 6 de maio de 2012


Método Pedagogizador e a Prática voltada para a Intersubjetividade


O método ‘’Pedagogizador’’ limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar técnicas ao aluno, tratando como objeto a ser conhecido e treinado. Este modelo tem sido um dos maiores desafios contemporâneos e seus críticos buscam superá-lo. Esse método é a consideração de que dois fatores em desfalque todos os processos em que algum tipo de conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser conhecida do outro.
O método “pedagogizador” tornou-se um dos grandes desafios da contemporaneidade. É preciso superá-lo, impondo uma pedagogia voltada para atender as reais necessidades do aluno, calcada, sobretudo, por uma política educacional adequada.
O Pacto pela Educação do governo do estado de Goiás, por exemplo, é uma farsa.  Propõe melhoria na qualidade do ensino, porém, impõe conteúdos e avaliações diagnósticas que não consideram a realidade do aluno, visam apenas medir o nível de conhecimento. Assim, o professor passa a treinar o aluno para provas do governo (ENEM, SAEB, SAEGO, etc.), para o Vestibular e para Concursos Públicos. Não basta mudar o discurso “verbalmente”, é preciso efetivar os discursos mediante ações adequadas – educação mais consistente, comprometida com uma efetiva emancipação do sujeito.
A prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem e de ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, são os pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à educação. As práticas educacionais, ao produzirem indivíduos mais livres, autônomos, e não autômatos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas e legitimadas em processos jurídicos, políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos sinceros e abertos à crítica, são fundamentais para as práticas educacionais.
Habermas propôs a Teoria da Ação Comunicativa, que abre novas perspectivas para a educação em termos de uma filosofia da educação que possa suscitar nos sujeitos, dotados de competência interativa, a capacidade de questionar o sistema de normas que vigora na sociedade. Habermas contribui para um pensar crítico em prol de uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético.
A Teoria da Ação Comunicativa concebe o espaço da escola como o lugar de exercitar a intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o intuito de discutir os rumos da sociedade – indivíduo como sujeito e ator social, que reflete sobre os problemas da sociedade, interpreta, participa, dialoga, enfim, luta por interesses comuns.
O modelo de educação calcado na intersubjetividade (conciliação de dois mundos – o do sistema e o da vida) é o mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas.  
Uma educação guiada pela intersubjetividade tem em vista a valorização social, política, econômica e ética.  Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao tornar indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos conhecimentos, à luz das normas sociais legítimas, tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica. 
fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAEmoAK/pedagogia

2 comentários:

  1. Teoria da Ação Comunicativa, parte do princípio de que os homens são capazes de ação, e para tanto utilizam-se da linguagem para se comunicarem com os seus pares, buscando chegar a um entendimento. Para Habermas, na medida em que, a comunicação serve ao entendimento pode adotar para as interações o papel de um mecanismo de coordenação da ação e com isso fazer possível a ação comunicativa.
    Nesse sentido, o modelo de razão instrumental clássica é reformulado em termos da razão comunicativa, através de relações intersubjetivas, nas quais pela interação de dois ou mais sujeitos, os mesmos buscam entender-se sobre determinado assunto ou objeto, a fim de compreendê-lo.

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  2. O estilo “pedagogizador” limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar técnicas ao aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. Este é o papel da escola na sociedade disciplinar de que fala Foucault. Já Habermas propõe um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construtor de subjetividades emancipadas, criativas, autônomas. Este é chamado “modelo educacional”. Educar é produzir sujeitos capazes de linguagem e de ação, calcadas em razões e argumentações justificadas, legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas e éticas da modernidade.

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