quinta-feira, 17 de maio de 2012


FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

A proposta educacional e política de Platão não é absurda. Aliás, ele apresenta de forma muito evidente que há uma estreita e necessária relação entre Política, Conhecimento e Educação. Quando sugere o sentido da Educação como Paidéia (Educação integral – corpo e alma), como um meio de construção de uma república ideal, sedimentada no Bem, no Justo e no Belo, ele dá um caráter muito parecido com o que entendemos por educação hoje.
A Filosofia tem como característica despertar a consciência critica a todos aqueles que a procuram, presente nos diversos ramos da ciência desde os filósofos primitivos até nossos dias, daí cabe ressaltar a importância da mesma na nova forma de educação, que se destaca como formação humana.
Esse tema por ser de abrangência ampla em todos os ramos da educação merece uma atenção maior quando discutida como possibilidade de mudanças, as quais facilitarão aos profissionais da educação desenvolverem métodos que atenda verdadeiramente aquilo que se propõe o método ensino-aprendizagem.
Estudando as novas metodologias apresentadas constantemente para um ensino de qualidade é que o tema Filosofia da Educação serve como norteador nos diversos debates sobre essa questão tão pertinente em nosso País.
Ao longo da história da educação, tem se presenciado uma verdadeira preocupação com os novos desafios da humanidade em ver na educação uma forma de ensinar a criança e os jovens para assumirem responsabilidades na sociedade. A tarefa da Filosofia vem ao encontro dessa realidade por ser uma ciência voltada para as questões sociais, culturais, políticas e formadora do homem.
Seguindo esses princípios nosso trabalho tem como intenção, buscar desenvolver uma metodologia embasada nos parâmetros filosóficos no desenvolvimento de uma consciência critica desde o ensino fundamental, onde a criança vai iniciar sua formação para a vida futura. A busca da verdade é o que liberta o ser humano. Ao longo da história da humanidade, seu incansável desejo por descobrir a si mesmo e a tudo o que lhe rodeia, levou ao homem a percorrer o caminho da evolução e o progresso. O fato de contar com uma concepção da vida foi um estímulo determinante em tal busca. A necessidade de ideias claras que orientam seu desenvolvimento e o ajudem ao progresso contínuo de suas sociedades, fez que o pensamento humano transcenda e indague sem descanso pelos mais recônditos rincões do saber.
O fim básico de fazer um percurso pela Filosofia da Educação, tem seus fundamentos em ajudar ao professor a encontrar a si mesmo e adquirir uma visão em bases racionais sobre o sentido de sua vida. Isso definitivamente contribuirá na formação e na orientação de seus alunos.
Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/artigos

 “TEORIA DOS DOIS MUNDOS”

Platão exerceu uma grande influência na educação grega, tendo sido o mais importante discípulo de Sócrates. Ele o principal responsável pela transmissão escrita dos ensinamentos do seu mestre. Além disso, criou as suas próprias ideias, demonstrando possuir um notável zelo pelo saber.
A teoria dos dois mundos (“mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das ideias”) destacasse como o cerne do pensamento platônico e se encontra explicitada no famoso “Mito da caverna”.
O mito da caverna fala dos homens acorrentados de costas para a entrada de uma caverna, olhando os reflexos bruxuleantes de uma fogueira em suas paredes internas. De fora, da boca da caverna, vem uma luz forte. As sombras seriam o mundo sensível, as correntes seriam os sentidos dados pelo corpo e a luz de fora, o mundo das Ideias.
A sua obra literária, constituída de diálogos, tem Sócrates como o personagem principal, sempre envolvido em discussões com os mais diversos tipos de pessoas da Grécia. Deste modo, fica difícil estabelecer um ponto onde termina o pensamento socrático e onde se inicia o pensamento de Platão.
Platão, aluno de Sócrates, quem o inspirou na apreciação do Bem, levando em consideração as ideias de Sócrates, de Parmênides e de Pitágoras, além da teoria órfica (o corpo é o cárcere da alma), criou uma teoria, a Teoria das Ideias, que procura dar explicação às perguntas mais complexas da filosofia.
            Assim é que ele acredita serem as Ideias Perfeitas o extrato da realidade, enquanto que o sensível (o que podemos sentir, usando os sentidos), que nos é dado pelo corpo, é um elemento que verdadeiramente atrapalha nosso espírito no conhecimento das Ideias Puras.
O Mundo sensível é aquele que podemos perceber ao nosso redor, com os cinco sentidos. O outro é o mundo das ideias, onde tudo é perfeito e imutável. Não podemos tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento pode nos levar até lá. Platão acreditava que o mundo que conhecemos não é o verdadeiro. Para ele, a realidade não estava no que podemos ver, tocar, ouvir, perceber. A verdade, para ele, é o que não se modifica nunca, o que é permanente, eterno.
Na busca por uma vida que anule ao máximo os sentidos, libertando o espírito para a contemplação das Ideias, é o que caracteriza o filósofo.
Bibliografia
CHAUI, Marilene, Filosofia Novo Ensino Médio. Ed. Ática, 2005.

domingo, 6 de maio de 2012


TEORIA DA “MAIÊUTICA” DEFENDIDA POR SÓCRATES.

Defensor da Razão como única via de acesso ao conhecimento, Sócrates desenvolve um método próprio de análise filosófica. Este método é denominado de “maiêutica” (em grego “parto das ideias”), cujo objetivo é possibilitar ao homem o conhecimento de si mesmo.
Mas, afinal, em que consiste a “maiêutica”? Consiste em “fazer perguntas e analisar as respostas de maneira sucessiva até chegar à verdade ou contradição do enunciado” (TELES, 1995, p. 31).
Desta forma, este método faz com que as pessoas comecem a  pensar a partir daquilo que não conhecem, ou seja, pela ignorância. Daí a sua famosa frase: “eu só sei que nada sei”.
A Maiêutica foi proposta por Sócrates, considerado até nos dias atuais um dos homens mais sábios que já passaram pela face da terra.
Ela consiste em perguntar, em interrogar, em inquirir: O que é isto? O que significa? Essa atitude de questionamento Sócrates tinha andando pelas ruas, pelas praças, indagando das pessoas.
Ele não aceitava uma definição superficial, a cada resposta ia fazendo mais perguntas, indagando, até chegar à resposta mais precisa possível. Mas que nunca aceitava como uma posição definitiva.
            Socrátes  conduzia este parto em dois momentos distintos : no primeiro, ele levava as pessoas  a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, ele os levava a conceber, de si mesmos, uma nova ideia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz ideias complexas.
            Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mai%C3%AAutica


Método Pedagogizador e a Prática voltada para a Intersubjetividade


O método ‘’Pedagogizador’’ limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar técnicas ao aluno, tratando como objeto a ser conhecido e treinado. Este modelo tem sido um dos maiores desafios contemporâneos e seus críticos buscam superá-lo. Esse método é a consideração de que dois fatores em desfalque todos os processos em que algum tipo de conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser conhecida do outro.
O método “pedagogizador” tornou-se um dos grandes desafios da contemporaneidade. É preciso superá-lo, impondo uma pedagogia voltada para atender as reais necessidades do aluno, calcada, sobretudo, por uma política educacional adequada.
O Pacto pela Educação do governo do estado de Goiás, por exemplo, é uma farsa.  Propõe melhoria na qualidade do ensino, porém, impõe conteúdos e avaliações diagnósticas que não consideram a realidade do aluno, visam apenas medir o nível de conhecimento. Assim, o professor passa a treinar o aluno para provas do governo (ENEM, SAEB, SAEGO, etc.), para o Vestibular e para Concursos Públicos. Não basta mudar o discurso “verbalmente”, é preciso efetivar os discursos mediante ações adequadas – educação mais consistente, comprometida com uma efetiva emancipação do sujeito.
A prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem e de ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, são os pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à educação. As práticas educacionais, ao produzirem indivíduos mais livres, autônomos, e não autômatos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legítimas e legitimadas em processos jurídicos, políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos sinceros e abertos à crítica, são fundamentais para as práticas educacionais.
Habermas propôs a Teoria da Ação Comunicativa, que abre novas perspectivas para a educação em termos de uma filosofia da educação que possa suscitar nos sujeitos, dotados de competência interativa, a capacidade de questionar o sistema de normas que vigora na sociedade. Habermas contribui para um pensar crítico em prol de uma educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético.
A Teoria da Ação Comunicativa concebe o espaço da escola como o lugar de exercitar a intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o intuito de discutir os rumos da sociedade – indivíduo como sujeito e ator social, que reflete sobre os problemas da sociedade, interpreta, participa, dialoga, enfim, luta por interesses comuns.
O modelo de educação calcado na intersubjetividade (conciliação de dois mundos – o do sistema e o da vida) é o mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e autônomas.  
Uma educação guiada pela intersubjetividade tem em vista a valorização social, política, econômica e ética.  Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “pedagogizador” ao tornar indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos conhecimentos, à luz das normas sociais legítimas, tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica. 
fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAEmoAK/pedagogia

sexta-feira, 4 de maio de 2012


FILOSOFIA MODERNA E SUAS CARACTERÍSTICAS


Filosofia moderna é aquela que se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII e XVIII, tendo seu início no Renascimento e se estendendo até Emanuel Kant.
Esta filosofia possui algumas características que são consequências da perda de contato com as grandes sínteses surgidas no século XIII, sendo as principais as seguintes:
1. Individualismo: quer dizer, a tendência a descuidar da tradição para acentuar o caráter pessoal do próprio pensamento. A filosofia medieval, caída em descrédito, é comumente ignorada ou conhecida superficialmente. Os novos filósofos não crêem que valha a pena obter conhecimentos profundos acerca de uma doutrina que todos consideram superada. Daqui a tendência a construir cada um uma síntese total desde os fundamentos, e daqui também a multiplicidade de sistemas, aliás contraditórios entre si. A atitude de Descartes, como a de Bacon e a de Kant, é a de começar desde o princípio, refazer o todo, ser iniciadores.
Nasce desta maneira uma alteração do conceito de verdade filosófica que se contamina com o de
2. Originalidade: contaminação não declarada, mas real. Concebe-se a originalidade mais comonovidade que como 're-pensamento', penetração e desenvolvimento progressivo de um núcleo já discutido e aceito. A filosofia tende, deste modo, a apresentar-se como uma revelação, uma manifestação da individualidade de cada filósofo, fracionando-se nas várias 'visões de mundo', condicionadas pela capacidade engenhosa de cada personagem e de cada nacionalidade. Parece que se perde o conceito mesmo de verdade e de filosofia como patrimônio necessariamente universal e susceptível, portanto, de graduais aperfeiçoamentos, para transformá-lo no conceito artístico de criação original.
A originalidade da filosofia traz consigo outro caráter a mais
3. A liberdade de procedimento: não somente no sentido de independência da doutrina revelada, mas também no sentido de falta de preocupação demonstrativa; as obras filosóficas dos tempos modernos têm uma forma expositiva e, frequentemente, mais que demonstrar, sugerem; mais que persuadir, sugestionam. Isto vai ligado, em parte, também, com o abandono da forma silogística e em geral com o descuido dos procedimentos formais: a escolástica decadente havia abusado deles, a filosofia moderna não os usa.
Outros dintintivos da filosofia moderna são a crescente tendência a fazer da razão não somente o tribunal supremo, mas também a característica peculiar do homem; sua separação completa da teologia, sendo-lhe muitas vezes até mesmo hostil; o abandono da língua latina, substituída pelas línguas vulgares; a multiplicação dos centros de cultura devido a quebra da unidade doutrinária: a cismundanidade, ou seja, o objeto de estudo passa a ser preponderantemente o mundo de cá, dos homens, abandonando quase por completo atransmundanidade tão presente na filosofia realista; daí, a atenção voltada primordialmentepara a Natureza, levando deste modo ao triunfo do ponto de vista do quantitativo e do mensurável.
De tudo isso pode-se inferir que o significado, a validade das diversas sínteses da filosofia moderna não está na sua integridade de síntese, mas somente naquelas doutrinas parciais e naqueles aspectos também parciais que constituem, de fato, não um abandono, mas um estudo mais profundo e um desenvolvimento de elementos que podem enriquecer as grandes linhas da síntese filosófica realista, objetiva, verdadeira.


A NOVA FORMA DE PENSAR DA FILOSOFIA MODERNA CULMINOU NO RACIONALISMO (RENÉ DESCARTES) E NO EMPIRISMO (FRANCIS BACON, JOHN LOCKE, DAVID HUME) E PREPAROU, DE CERTA FORMA, O CAMINHO PARA O CRITICISMO KANTIANO


A nova forma de pensar da Filosofia Moderna culminou no Racionalismo (René Descartes) e no Empirismo (Francis Bacon, John Locke, David Hume) e preparou, de certa forma, o caminho para o Criticismo Kantiano. Detalhe cada uma dessas correntes.
As grandes transformações ocorridas a partir do Renascimento e o desenvolvimento da ciência moderna levaram o homem a questionar, entre outras coisas, os critérios e métodos para a aquisição de um conhecimento verdadeiro.
Com essa preocupação, as estruturas do pensamento passaram a ser dissecadas e investigadas pelos principais filósofos dos séculos XVII e XVIII, que formularam diversas epistemologias ou teorias do conhecimento. As duas principais vertentes foram a racionalista e a empirista.
 O racionalismo moderno teve, em René Descartes, seu primeiro e principal expoente. O ponto de partida da filosofia cartesiana é o sujeito pensante, e não o mundo exterior. O sujeito pensante, segundo Descartes, possuiria ideias inatas, isto é, ideias que teriam nascido com o indivíduo, que dispensariam um objeto exterior para fazê-las existir.
O empirismo, por sua vez, nega a existência de ideias inatas e enfatiza o objeto pensado. Defende que o processo de conhecimento humano provém de duas fontes básicas: a nossa percepção do mundo externo (atenção) e o exame interno da nossa atividade mental (reflexão).
 O palco inicial do empirismo foi a Inglaterra. Nesse país a burguesia, a partir do século XVII, conquistou não apenas poder econômico, mas também poder político e ideológico, impondo o fim do absolutismo monárquico. Essa ascensão da burguesia relaciona-se, no plano epistemológico, ao empirismo (valorização da experiência concreta, da investigação natural) e, no plano sociopolítico, ao nascimento do liberalismo (valorização da liberdade pessoal do cidadão e exigência de limites constitucionais ao poder monárquico).
Tempos depois, o filósofo alemão Immanuel Kant será também influenciado por esse debate entre idealistas e empiristas. Em sua crítica da razão, negará, porém, tanto o conhecimento armazenado das ideias inatas como a exclusividade da experiência.
O Criticismo Kantiano
A filosofia é definida por Kant como a ciência da relação de todo conhecimento, e que trata de quatro questões básicas: o que posso saber? (objeto da metafísica relaciona-se à possibilidade e a legitimidade do conhecimento); o que devo fazer? (objeto da moral); O que posso esperar? (objeto da religião); o que é o homem? (objeto da antropologia). Em A crítica da razão pura, será tratada a questão da razão teórica, isto é, o uso da razão no conhecimento da realidade como uma ferramenta para se estabelecer critérios entre o que podemos legitimamente conhecer e as falsas pretensões de conhecimento, desta forma, o trabalho tem por finalidade estabelecer os limites do poder da razão pregado pelos racionalistas dogmáticos através da crítica.